- Dê-me um motivo pra te amar, pra ser uma mulher - ela me disse.
As pessoas precisam constantemente de provas, como na história daquele casal que vivia pelado no mato, fumado e consumindo tudo quanto era planta, numa eterna, eterna trip. Aí, a mulher, curtindo um barato dos mais violentos, começa a conversar com uma cobra, que disse à ela que as maçãs de um tal pomar abriam as portas da percepção. Então ela come a maçã (que só era maçã na cabeça dela, na verdade eram botões de peiote) e oferece pro cara. Ele nega, entretanto ela diz:
- Pô, bicho, se tu tens realmente amor por mim nesse astral-sideral-lumilumiscente-fluxicodeiforme, tu deves provar.
Ele dá uma mordida e eles ficam numa eterna bad, bad trip.
De repente, um carro cantando pneu ao dobrar a esquina me tira do devaneio. Todo mundo levanta a cabeça, talvez estivessem também lá com seus devaneios.
- E então, não vai me dizer nada?
Olhei pra ela, fiz uma cara de Marcello Mastroianni, e lhe disse:
- Escuta, boneca, estou muito acima deste tipo de preocupação.
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